Meses após o crime que chocou o Espírito Santo, o universitário Matheus Stein Pinheiro, de 24 anos, réu pelo assassinato da namorada Ana Carolina Rocha Kurth, pode não ir à juri popular. Um novo laudo, apresentado pela equipe da perícia, atestaria a insanidade mental do rapaz, o que o tornaria legalmente “imputável”. Matheus Stein é acusado de matar a namorada, com facadas, no dia 15 de maio de 2023. Os vizinhos encontraram o corpo em casa, após arrombarem a porta do apartamento. Segundo informações divulgadas, um laudo de insanidade, composto por 14 páginas, foi assinado por um psiquiatra forense, nomeada pelo juiz responsável. A avaliação do réu foi feita cinco meses após o crime, na Unidade de Custódia e Tratamento Psiquiátrico em Cariacica. Durante a entrevista, o réu respondeu a várias perguntas e contou sobre o relacionamento que mantinha com a vítima. Ele também afirmou fazer o uso de drogas, remédios, bebidas alcoólicas e ter alucinações. Diante disso, segundo o advogado Homero Mafra, que representa Matheus Stein, descreveu que o jovem sofria de doença mental conhecida previamente ao fato. “Foi requerido e instaurado o incidente de insanidade”.
"Diante disso, e apresentando o acusado doença mental conhecida previamente ao fato, foi requerido e instaurado o incidente de insanidade, restando comprovado por meio de laudo elaborado por profissional indicado pelo Estado (independente da defesa ou da acusação), que o réu é portador de doença incurável, que o tornou totalmente incapaz de compreender seus atos.
Importante ressaltar que essa conclusão não é uma conjectura, mas sim o resultado de uma perícia feita por profissional técnico que averiguou a existência de uma doença mental grave", descreve o advogado Homero Mafra. Após a conclusão do laudo, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também entrou com um pedido na Justiça para uma nova avaliação médica ser realizada.
Com a situação, para o assistente de acusação, Rivelino Amaral, que atua ao lado do MPES, afirmou que o novo documento, ou seja, o laudo, é inconclusivo. Além disso, gerou dúvidas em relação a ações que eram realizadas por Matheus. "O laudo, aos olhos do assistente de acusação e do Ministério Público é inconclusivo. Você lê e não tem certeza o que está trazendo de informação. Por esse motivo, tanto o MP quanto nós assistentes de acusação estamos requerendo a realização de nova perícia", narra Rivelino Amaral. O advogado também descreve que a perícia conta que, diante da situação, por estar sob efeito de uso de drogas, o réu não conseguia entender o caráter ilícito da ação. "Temos que ver se ele vai ser considerado imputável por cometer o crime sob efeito de drogas ou ele já possui um histórico de uso de drogas. Isso não está claro no laudo. Além disso, o histórico de drogas e bebida não torna ninguém imputável", descreve Rivelino Amaral. Por meio de nota, o advogado também descreveu que eles expressam preocupação em relação à clareza do laudo médico. Por conta dessa questão, solicitaram ao juiz a realização de uma nova perícia. "O argumento reside na aparente contradição entre a vida social ativa do réu, que incluía faculdade, consumo de álcool e drogas, e sua alegação de incapacidade. Aguardamos, com expectativa, a decisão do juiz em relação ao pedido de nova perícia, buscando esclarecimentos mais aprofundados", finaliza o advogado.
Ana Carolina foi encontrada morta no apartamento em que morava com o companheiro, na Rua Gama Rosa, no Centro da Capital. O crime aconteceu em maio de 2023. De acordo com relatos de vizinhos na época do crime, o casal morava no 10º andar há três meses. Diversos gritos foram ouvidos vindo do apartamento no dia do crime. Após a morte da jovem, homem não foi mais visto. Em entrevista, dias após a prisão de Matheus, a advogada de defesa na época do crime, Lidiane Lahass, afirmou que ele assumiu a autoria do crime.