No desdobramento chocante do caso envolvendo o assassinato de Thalita Vitória Pereira Barbosa da Silva, de 20 anos, em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, Fabrício Gomes da Silva Júnior, 25 anos, teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva. O crime, que inicialmente resultou na acusação de ocultação de cadáver, ganha contornos mais sombrios à medida que Fabrício confessa ter asfixiado a vítima e escondido seu corpo na caixa-d’água do prédio onde residiam, no bairro Honório Fraga.
O juiz Thiago Balbi da Costa, responsável pelo caso, justificou a decisão, ressaltando que, mesmo não analisando diretamente o homicídio, a ligação intrínseca entre as condutas de ocultação de cadáver e assassinato justifica a prisão preventiva. O magistrado destacou a necessidade de avaliar a reprovabilidade da conduta e a periculosidade do acusado.
Ainda que a Polícia Civil tenha autuado Fabrício apenas pelo crime de ocultação de cadáver em flagrante, o juiz ponderou a relação inegável entre essa conduta e o suposto homicídio. A decisão enfatiza que a prisão se mostra essencial para assegurar a ordem pública, bem como preservar as evidências durante a fase de investigações, dada a proximidade do crime com o ambiente familiar do acusado.
O acusado permanecia detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina enquanto aguardava a audiência de custódia. O desenrolar dos eventos revela uma trama macabra, iniciada com a denúncia de vizinhos sobre a água contaminada proveniente do reservatório do prédio, levando à descoberta do crime. As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina, seguem em andamento. Fabrício, ao confessar o assassinato, alega ter aplicado um golpe de “mata-leão” em Thalita durante uma discussão motivada pelo consumo de drogas. A conclusão do inquérito é aguardada para que o acusado possa ser indiciado pelo crime de feminicídio, conforme entendimento da Polícia Civil.
O crime, que ocorreu na última sexta-feira, ganhou visibilidade na segunda-feira, quando vizinhos notaram alterações na água do prédio. Fabrício admitiu o crime à Polícia Militar, detalhando a discussão relacionada ao uso de drogas que culminou na morte de Thalita. O acusado, com histórico em jiu-jitsu, confessou ter asfixiado a vítima, escondendo seu corpo na caixa-d’água do edifício, desencadeando um desfecho trágico para essa história de violência doméstica.